terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Autismo pode mudar a estrutura molecular do cérebro

Autismo pode mudar a estrutura molecular do cérebro

Submitted by Ciência Diária on Wednesday, 25 May 2011
Cientistas mediram os níveis de expressão de mais de 20 mil genes para tentar compreender melhor a origem do autismo. Crédito: Geschwind lab.
Cientistas mediram os níveis de expressão de mais de 20 mil genes para tentar compreender melhor a origem do autismo. Crédito: Geschwind lab.
Durante décadas pesquisadores enfrentaram um desconcertante enigma em relação ao autismo: como desvendar uma doença que não deixa vestígios físicos enquanto se desenvolve no cérebro? Agora, um estudo liderado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos EUA, revela pela primeira vez que a doença deixa, sim, sua marca em nível molecular – fazendo com que o cérebro autista se diferencie radicalmente da estrutura de um cérebro saudável.
O estudo, publicado hoje na Nature online, oferece uma nova visão sobre como genes e proteínas são capazes de alterar a mente. A descoberta também identifica uma nova linha de “ataque” para os pesquisadores, que atualmente encaram um vasto leque de frentes possíveis para combater a doença e encontrar suas causas.
“Se você escolher aleatoriamente 20 pessoas com autismo, a causa de cada pessoa com a doença será única”, explica o principal pesquisador do trabalho, Daniel Geschwind, professor de neurologia e psiquiatria da David Geffen School of Medicine na UCLA. “No entanto, quando examinamos como os genes e proteínas interagem no cérebro de pessoas com autismo, vimos padrões compartilhados bem definidos. Este segmento comum poderia ser a chave para localizar a origem do distúrbio”.
A equipe, composta também por cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, e King’s College, no Reino Unido, comparou amostras de tecido cerebral obtidos após a morte de 19 paciente com autismo e 17 voluntários saudáveis. Depois de avaliar três perfis de áreas cerebrais anteriormente relacionadas ao autismo, o grupo focou no córtex cerebral – a parte mais evoluída no cérebro humano -, centrando-se na expressão de genes (responsáveis, em primeira instância, pela síntese das proteínas).
Os resultados mostram diferenças consistentes na forma como genes de cérebros ‘autistas’ e ‘saudáveis’ codificam informações. “Ficamos surpresos ao ver padrões de expressão gênica similares na maior parte dos cérebros de autistas que estudamos”, disse Irina Voineagu, primeira autora do artigo. “Do ponto de vista molecular, metade desses cérebros partilha uma assinatura genética comum”.
O passo seguinte foi identificar os padrões comuns. Para isso, os pesquisadores analisaram o lobo frontal do córtex cerebral, que desempenha um papel importante nas decisões, criatividade, emoções e fala. Além disso, observaram também o lobo temporal, que regula a audição, linguagem, processamento e interpretação de sons.  Mais de 500 genes foram expressos em diferentes níveis nas duas regiões e em cérebros de autistas estas diferenças eram praticamente inexistentes.
“Em um cérebro saudável, centenas de genes se comportam de maneira diferente em cada região, e os lobos frontais e temporais são facilmente distinguíveis”, explica Geschwind. “Não vimos isso no cérebro autista: em vez disso, o lobo frontal se assemelha ao lobo temporal”.
Dois outros padrões importantes foram identificados pelos cientistas: primeiro, o cérebro de uma pessoa autista mostra uma queda nos níveis de genes responsáveis por funções neurais e da comunicação; em segundo, o cérebro autista exibe um salto nos níveis de genes envolvidos na função imunológica e na resposta inflamatória.
“Vários dos genes que surgiram nesses padrões compartilhados foram previamente associados ao autismo”, diz Geschwind. “Ao demonstrar que esta patologia é transmitida dos genes para o RNA e então para as proteínas celulares, fornecemos a evidência de que as alterações moleculares comuns em função dos neurônios e comunicação são uma causa – e não um efeito – da doença”. ORIGEM
Veja também:

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domingo, 1 de janeiro de 2012

Relato de um Asperger sobre a Dieta Sem Glúten e Sem Caseína

SGSC
Eu sou um homem de 42 anos com Síndrome de asperger e vivo nos Estados Unidos.
Como parte dos meus planos para o ano novo, começei uma dieta sem glúten e sem caseína e tenho a seguido religiosamente. Já faz quase seis meses que iniciei e posso dizer a vocês que ela me proporcionou mudanças discretas, mas definitivas. Se alguém me forçar a a dizer quanto, eu posso dizer que minhas dificuldades melhoraram 25%. Descobri que posso usar uma variedade maior de roupas e roupas mais justas e apropriadas, porque alguns tecidos não se parecem mais como formigas andando sobre a minha pele, o que sempre foi um problema desde que era bem pequeno.
A minha coordenação motora também melhorou consideravelmente. Hoje posso dançar sem machucar minha parceira ou a mim mesmo e posso praticar artes marciais como tai chi chuan com um senso melhor de equilíbrio… e de fato ela melhorou com meus movimentos estimulatórios.
Minha coordenação olho/mão também melhorou bastante. Posso usar ferramentas sem me machucar, tanto quanto fazer trabalhos minuciosos (como desmontar um relógio de pulso ou uma Câmera) com muito mais facilidade. Eu me descobri menos perfeccionista e não tenho mais ataques de ansiedade quando as coisas não saem perfeitas. Eu tinha problemas digestivos e estomacais desde que era menino, piores quando era criança, menores agora, e esses problemas sumiram cerca de um mês depois de me livrar de glúten e caseína. Meus interesses obsessivos mudaram de natureza e intensidade. Agora sou capaz de seguir em frente com uma variedade de interesses que posso compartilhar com outras pessoas e não é tão exaustivo me socializar tanto quanto era antes da dieta. Também descobri que sou menos ofensivo com as pessoas e não as ignoro como antes.
Isto pode parecer como recomendação entusiasta e realmente é, mas também me trouxe alguns problemas. Eu sempre tive uma memória fotográfica quando se referia a certas coisas e agora, mesmo que eu não tenha nenhum outro problema de memória, minha memória fotográfica sumiu junto com os meus problemas de estômago. Eu sou um editor de ficção científica e escritor de estórias de horror que recebeu pequenos elogios da crítica especializada (meu trabalho foi publicado em revistas como Analog Science Fiction and Fact, Blood Moon Rising, Skeptical Inquirer, etc) e minha capacidade de escrever foi bloqueada imediatamente ao entrar na dieta. Eu também tinha uma patente de invenção na área médica e também trabalhava numa série de outros projetos quando descobri para minha surpresa, que não podia liberar minhas invenções sem que as revisasse, pois precisava refiná-las. A abundância de criatividade que já experimentei, secou, embora não tenha se esvaído completamente. Igualmente interessante, descobri que é um pouco mais dificil ler do que antes das mudanças. Sempre fui um leitor ávido, tenho cerca de 4.000 livros em minha casa e hoje leio um pouco mais devagar do que antes e as vezes me vejo tropeçando em palavras. Não é como dislexia e nem fiquei analfabeto repentinamente, também não tenho difuculdades para ler, só fiquei um pouco mais lento. Me parece que eu não posso ter as bençãos do autismo sem os problemas que vem junto com ele. Algumas coisas permaneceram as mesmas. Eu ainda tenho os mesmos problemas para interpretar a linguagem corporal e ainda tenho dificuldades em mostrar a diferença entre uma piada amigável ou um insulto pessoal. Eu poderia com certeza voltar a minha dieta antiga, mas não acredito que voltarei. Eu tenho gostado muito mais da minha vida e me sentido muito menos sozinho e desamparado quanto me sentia. Eu realmente acredito que se tivesse seguido essa dieta desde a minha infância, eu teria sido muito melhor na escola e ido mais longe na vida do que fui. Eu continuo aspie, mas ficou mais fácil me passar por normal (o que quer que isso seja!). Espero que isso ajude.
Com carinho,
Kevin Levites
Fonte:  Revista Autism File nº 29 e traduzido por Claudia Marcelino, moderadora do Autismo Esperança e mãe de Maurício, 18 anos – R

Hacker que invadiu Pentágono atrás de fotos de ETs é autista, diz especialista

Para professor, Gary McKinnon sofreria de síndrome de Asperger.Governo americano quer que jovem britânico seja extraditado para os EUA.

Um especialista em autismo pediu nesta quinta-feira (15) em Londres que o britânico Gary McKinnon, acusado da maior operação de ciberpirataria da história dos Estados Unidos, não seja extraditado para esse país, onde pode pegar até 70 anos de prisão em uma penitenciária de segurança máxima. McKinnon foi acusado de entrar ilegalmente em 97 computadores da Marinha e do Exército americanos, da Nasa (agência espacial dos EUA) e do Pentágono, ações que ele mesmo confessou, mas alegando que não tinha má intenção. O especialista Simon Baron-Cohen, professor da Universidade de Cambridge, afirmou que McKinnon, de 42 anos, invadiu os computadores porque sofre da síndrome de Asperger, um tipo de autismo. Segundo Baron-Cohen, o que McKinnon fez foi "a atividade de alguém que sofre de um transtorno e não pode ser considerado um ato criminoso". O especialista explicou que o modo obcecado de agir de McKinnon é típico da "ingenuidade social" das pessoas que sofrem a síndrome de Asperger. A doença produz "uma visão estreita que faz com que, na busca da verdade, as pessoas não vejam as potenciais consequências sociais para as outras", afirmou o professor."Seu encarceramento seria questionável, porque alguém com a síndrome de Asperger dificilmente suportará esse entorno", disse o especialista. O hacker foi descoberto quando tentava baixar fotografias da Nasa que ele acreditava terem sido manipuladas para ocultar provas da existência de vida extraterrestre. Os americanos, que pedem sua extradição, afirmam que McKinnon tinha a intenção de influenciar no Governo dos Estados Unidos por meio da intimidação e da coerção.

Fonte:http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL957348-6174,00-HACKER+QUE+INVADIU+PENTAGONO+ATRAS+DE+FOTOS+DE+ETS+E+AUTISTA+DIZ+ESPECIALIS.html

Poema para Dia Mundial do Autismo – 2 de abril

Ame-me,
Por favor
Como eu sou…
Ame-me
Como você
Gostaria que eu fosse.
Quem me concebeu…
Não imaginou
Que seria assim tão duro…
Entender que vim autista.
Mas ame-me
Fale-me desse amor
Mesmo que eu não pareça entender
Mesmo que eu fuja e me refugie
Busque-me não deixe eu me perder…
Ame-me…
Como se visse em mim
A imagem e semelhança de ti
No espelho das águas…

Não se importe
Com minha falta de compreensão
Treine-me para entender o mundo
Mas acima de tudo
Ame-me…
Como se eu tudo entendesse
Como se eu não fosse um peso
Demonstre seu amor
Mesmo que eu não saiba
O significado da palavra…
Deus, eu posso sentir…
E creia que em meus sonhos
Eu te vejo e te amo…
Não me negue esse amor
Que enxerga além da matéria
Pois é dele que necessito…
E se nas horas que de ti eu exijo demais
Mesmo nas dúvidas constantes
Aquelas que você às vezes tem vontade de desistir
Por favor, não desista, mas Ame-me….
Autora: Liê Ribeiro
Paz e luz
mãe do Gabriel Gustavo que está autista